sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Cuidados com a Voz

A voz é um importante instrumento de trabalho para muitos profissionais, tais como pastores, professores, cantores, advogados, médicos, entre outros, chamados “profissionais da voz” devido à grande demanda vocal em sua jornada de trabalho. É com a voz que esses profissionais transmitem a mensagem aos seus ouvintes.
Para que a mensagem seja clara, é necessário que o profissional esteja em perfeita harmonia com sua voz e corpo. A produção da voz se dá pela vibração das pregas vocais e é amplificada pelas caixas de ressonância (faringe, cavidade oral e nasal) que funcionam como alto-falantes naturais.
Juntamente com o corpo, a voz passa por mudanças ao longo da vida. Por volta dos 14 anos de idade, quando a criança passa pela puberdade, a qualidade vocal estabelece a característica sexual do indivíduo, mais percebida nos meninos por apresentar diplofonia, ou seja, oscilação entre voz infantil (mais aguda) e voz de adulto (mais grave). Na idade adulta a voz se estabiliza e assume características próprias masculinas ou femininas.
Ao redor dos 40 anos, passamos por outro processo de mudança vocal, mais percebido nas mulheres devido à associação com as alterações hormonais causadas pela menopausa. Com a idade, a qualidade vocal pode apresentar-se mais grave (grossa) nas mulheres e mais aguda (fina) nos homens. Além disso, a voz pode ficar mais fraca e/ou trêmula. Alguns cuidados podem ser tomados para prevenir alterações vocais, como por exemplo, beber água regularmente e evitar esforços como gritar e falar muito em ambientes ruidosos, competindo com o barulho.
Quando percebemos nossa voz diferente do habitual, apresentando rouquidão persistente, cansaço ou enfraquecimento da voz, é necessário procurar um médico e um fonoaudiólogo.
O trabalho do fonoaudiólogo consiste em prevenir, avaliar e tratar dos problemas relacionados à fala, linguagem, voz, motricidade oral e audição, com o objetivo de proporcionar ao indivíduo uma comunicação eficiente, favorecendo sua integração ou reintegração social.
A fonoaudiologia atua juntamente com profissionais de diversas áreas da saúde, tais como: dentistas, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, neurologistas, otorrinolaringologistas, entre outros.
Os cuidados com a voz também se mostram importantes no ambiente da igreja. A atuação fonoaudiológica pode contribuir na prevenção, reabilitação e aperfeiçoamento vocal de pastores, coralistas, cantores etc., seja no tratamento clínico individual ou em grupos. A inserção de programas de aquecimento e desaquecimento é aconselhada para prevenir distúrbios vocais e equilibrar a qualidade vocal. É comum que o uso vocal intenso nas atividades cotidianas das igrejas gere alterações, como por exemplo, o nódulo de pregas vocais, popularmente conhecido como calos de cordas vocais. É preciso ter atenção e cuidado com qualquer alteração, pois o quadro pode se agravar e causar até a perda da voz (afonia).

Nosso corpo é templo do Espírito e por isso temos que zelar pelos dons e talentos que Deus nos deu.

Heloisa Lima Mendes Leonardo
Fonoaudióloga Clínica

sábado, 10 de julho de 2010

Quando um relacionamento entra em crise

Homens e mulheres vivem o sonho de encontrar sua alma gêmea. Quando as pessoas se dão conta de que isso só acontece na ficção ficam com a sensação de que não é possível construir um relacionamento. Se isso ocorrer numa relação uma fase de crise vai se iniciar, mas o contato com essa realidade modifica nossas crenças e possibilita a construção de um relacionamento saudável e feliz.

Os casais entram em crise por falta de comunicação. Muitas vezes as expectativas de uma das partes não são atendidas, como por exemplo uma atitude de agradecimento do esposo a um jantar preparado pela esposa, ou a tolerância da esposa depois de um dia de trabalho exausto do esposo. Desta forma as nossas crenças individuais interferem e modulam a forma de interpretação do comportamento do outro, por isso é necessário se comunicar.

Para conseguir uma comunicação efetiva com o outro é necessário ouvi-lo. Mas, no geral temos dificuldades para que isso aconteça porque possuímos idéias pré-concebidas, crenças sobre amor, felicidade e casamento. Interpretamos a fala do outro com base nas nossas crenças. A fala do outro não é mais dele, e sim a interpretação que faço da fala que se esvai.

Nossas crenças pessoais em relação ao outro jamais serão cumpridas uma vez que são demandas pessoais internalizadas, muitas vezes, desde a nossa infância. Não tem correspondência direta com a realidade vivida. Pensamentos instalados sobre “ser homem” e o “ser mulher” geram expectativas e conflitos na convivência com o parceiro.

Geralmente dificuldades como essas aparecem logo nos primeiros anos de relacionamento e podem durar por longo tempo. Também podem surgir com anos de casamento, principalmente depois do nascimento dos filhos.

Embora seja um momento difícil, a crise tem seu lado positivo. Pode ser um momento em que o casal repense sobre suas expectativas em relação ao seu parceiro. E se esta crise for superada, homem e mulher podem colher frutos para uma realização ainda maior no relacionamento.

Aceitar que temos características e perfis diferentes é um ponto fundamental.Rever as expectativas em relação ao outro deve ser o primeiro passo dado pelo casal que deseja superar uma crise. Quando nos relacionamos com alguém não somos duas metades que se unem e forma um, mas duas pessoas que se unem e formam dois. Precisamos entender que somos diferentes e nossas diferenças podem completar a relação.
O casal também deve cuidar muito bem da sua vida sexual, pois ela é importantíssima para a relação ser feliz.

Além disso, é necessário desenvolver o diálogo e para isso é preciso ter intimidade com o outro. É preciso saber negociar, respeitar a individualidade do parceiro e se colocar no lugar dele.
Quando o relacionamento passa a gerar sofrimento, interferir no trabalho e na auto-estima negativamente, causar ansiedade e/ou depressão é recomendável que se procure ajuda profissional. Algo muito saudável é buscar ajuda antes de se instalar o caos, pois a perspectiva de evitar esse sofrimento é muito maior e melhor.Para trazer novo ânimo para relação é importante conversar, namorar, passear juntos pelo menos uma vez na semana; pois desta forma o casal cria intimidade e treina o diálogo. é fundamental que cuidem com muito carinho do beijo na boca e do sexo.

Daniela L. Rosas - Psicóloga Clínica

Orientação Vocacional

O Processo de Orientação Vocacional tem como objetivo levar a pessoa a um maior conhecimento a respeito de si mesma e das profissões.

Este processo pode ocorrer em até 12 sessões, não sendo utilizados testes vocacionais como única fonte de respostas para esta busca profissional e sim como um complemento caso o orientador julgar necessário.

Essas sessões são divididas em dois momentos: O primeiro momento é a busca pelo auto-conhecimento e significado das escolhas. Nesta etapa trabalhamos com as crenças disfuncionais que podem estar atrapalhando o processo de escolha; o cliente é levado a refletir sobre valores familiares, sociais, religiosos e profissionais.

Este momento é muito importante para que a pessoa comece a pensar na sua jornada rumo ao futuro, desenvolvendo crenças positivas a seu respeito e assim modificar crenças indesejáveis.

O segundo momento é oferecer informações sobre várias profissões, principalmente as profissões indicadas pela pessoa; desenvolvendo assim o conhecimento sobre o mercado de trabalho, faculdades e a atuação profissional.

Trabalhando estes dois aspectos: auto-conhecimento e esclarecimentos sobre a profissão a tendência é a pessoa caminhar tranqüilamente e mais consciente para sua escolha profissional.

A Orientação Vocacional é indicada para alunos do ensino médio e para adultos que querem repensar suas escolhas.

Daniela Lopes Rosas - Psicóloga Clínica

Quando a brincadeira se torna maldade - Bullying

Termo ainda não traduzido para a língua portuguesa, o Bullying é comum no mundo todo entre crianças, adolescentes e adultos.

Qualificado como um comportamento agressivo sem motivo, caracteriza-se sobretudo pela manifestação da agressividade de diferentes maneiras, como espancamento, humilhação e intimidação de alguém sempre seguido por sensação de prazer por parte de quem pratica. O Bullying pode se manifestar de forma verbal, física, psicológica e sexual. A maneira verbal é caracterizada, sobretudo, pelo uso de apelidos a chantagens, a física pelas agressões, a psicológica pela intimidação e a sexual por assédios, por exemplo. Esta última forma é mais comum entre adultos e adolescentes.

Embora não possa ser considerada doença ou transtorno comportamental, a prática do Bullying pode estar associada a uma psicopatologia. No entanto, é necessário que ela se torne constante pra que alguém seja classificado como participante do Bullying.

Existem três tipos de participantes: o autor (também chamado de agressor), o alvo ou vítima e o espectador ou testemunha silenciosa. Para diferenciar tais comportamentos de um desentendimento possível e aceitável entre crianças é preciso atenção. As vezes a criança tem uma atitude agressiva com um coleguinha, mas isso não traz um sofrimento para o outro. A diferença é que no Bullying a criança passa a perseguir com certa freqüência um determinado colega, consciente de que está causando sofrimento a ele. Não se caracteriza por um acontecimento isolado, é algo constante, persistente.

Comuns nas brincadeiras de crianças, os apelidos podem ser um indício desse tipo de comportamento. No Brasil, as pesquisas mostram que a maior causa de Bullying são os apelidos. é algo que dificilmente a gente vê as escolas trabalharem com as crianças e com os pais. Os apelidos merecem atenção sempre que gerarem incômodo e constrangimento.

Não existe idade para o Bullying, desde cedo à criança tem capacidade de perceber quando seus atos magoam alguém.

Desde pequena, por volta dos três, quatro anos, quando a criança está com um colega e não quer emprestar um brinquedo, ela percebe que o outro ficou bravo com ela, que chorou. Mas a noção propriamente dita tem início quando a criança começa a freqüentar a escola.

Por volta dos sete anos a criança passa a ter melhor compreensão do contexto em que está inserida. é quando percebe que outras crianças riem e observam as maldades que pratica começa a se exaltar por isso. Quando bate em alguém e outras crianças dão risada ela passa a ver isso como um reconhecimento e se o comportamento continuar sem intervenção dos pais ou da escola vai se reforçar com o tempo.

O respeito imposto com o medo é visto como uma vantagem e isso pode ser mantido até a vida adulta. Nesses casos, a grande dificuldade de se colocar no lugar do outro não se desenvolve naturalmente com o passar do tempo. O agressor tem grande dificuldade de se vincular afetivamente. Geralmente, as crianças e adolescentes agressores vêm de famílias desestruturadas, que usam a violência como modelo de correção e resolução de problemas. Os pais são pouco afetivos e, por isso, os filhos não têm um modelo de afetividade para seguir.

Características genéticas e sexuais também podem determinar o agressor. Sabemos que os meninos são mais agressivos e se envolvem mais com o Bullying. Mas ainda existe a contribuição de sociedade e da mídia, principalmente com desenhos animados cada vez mais agressivos.

Muitas vezes o jovem não sente necessidade de se sentir temido, mas sente prazer em observar outras pessoas serem agredidas, é o caso da testemunha silenciosa. O espectador sente medo de também apanhar ou ser ridicularizado. Então se afasta e não toma nenhuma iniciativa para proteger o colega porque tem medo do que pode acontecer com ele. Mas muitos gostam de ver o outro apanhar.

Se comprovado que uma das causas do Bullying seja um transtorno psicológico o tratamento deve ser medicamentoso (feito por um psiquiatra) e com acompanhamento de um psicoterapeuta.

Normalmente a vítima do Bullying apresenta características físicas diferentes da maioria. Também costuma ser tímido e ter dificuldade de se relacionar. As vezes é um pouco mais gordinho, usa óculos ou tem os cabelos de um jeito que não é considerado bonito. Então não fala sobre o que acontece com ele, seja na escola ou em outros ambientes. Por isso, é difícil identificar a prática.

O Bullying pode ser considerado também como prática de preconceito. Alguns apelidos são associados ao preconceito e são vistos pelas crianças na mídia, na família ou em outros grupos que estão inseridas. Quando a criança é constantemente ridicularizada ela se trona cada vez mais tímida, com baixa auto-estima e nos casos mais graves pode chegar ao suicídio.

Geralmente a criança agredida tem dificuldade de se expressar e medo de contar sobre as agressões para um adulto. Por isso, os pais devem conversar com os filhos e dar atenção ao que eles dizem. Se os pais forem bons observadores vão notar comportamentos diferenciados na criança, como tristeza, apatia, vontade de não ir à escola, pedidos para mudar de sala, o rendimento começa a cair. Além disso, é comum relatar medo, insônia e dificuldade de dormir. Tais mudanças não podem ser vistas como uma fase relacionada ao desenvolvimento da criança.

Ela também, não deve ser criticada pelos pais por ter sido agredida. Alguns pais humilham o filho quando o repreendem dizendo que ele não deveria ter se deixado ser agredido. Outro motivo que faz a criança se calar é a impunidade, pois muitas vezes o agressor não é repreendido e volta a agredi-lo de forma mais intensa.

Nos dias atuais os pais trabalham muito e têm dificuldades com o tempo de parar para ensinar o filho sobre respeito, cidadania, igualdade e direitos. Mas seria muito importante que eles visitassem a escola para saber sobre o comportamento do filho e que também reavaliassem o seu estilo de vida e seu próprio comportamento em relação a seu filho.

Daniela Lopes Rosas - Psicóloga Clínica

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Psicoterapia Cognitivo Comportamental

É uma abordagem direcionada por técnicas cientificamente testadas, que busca o bem estar emocional do cliente diante de situações que são consideradas problemas e causam algum tipo de desconforto. Seu foco principal está em identificar como estes problemas interferem na vida diária e trazem prejuízos aos indivíduos, impedindo progressos sociais, profissionais, financeiros, nos relacionamentos familiares entre outros.
Este modelo cognitivo propõe que os transtornos psicológicos decorrem de um modo inadequado de perceber, pensar e reagir diante das situações. Acreditamos que os pensamentos não causam os problemas emocionais, mas sim que eles modulam e mantém as emoções disfuncionais, independente de suas origens.
Esta abordagem se destaca por ser um processo que tem início, meio e fim, onde terapeuta e cliente dedicam-se a investigar e modificar o padrão de pensamentos e comportamentos que causam o desconforto ao cliente. Tem objetivo de promover melhora imediata e principalmente preparar o cliente para lidar sozinho com situações futuras.


Flávia T. Leite Moris - Psicóloga Clínica

Indicações

A Terapia Cognitivo Comportamental possui técnicas adequadas para todas as idades e uma aplicação bastante abrangente. É indicada para queixas decorrentes de desconforto emocional (sentimentos desagradáveis, hábitos e preocupações excessivos, insegurança, ansiedade, dificuldades para lidar com situações da rotina diária, pressões no trabalho, competitividade, humor deprimido, entre outros), dificuldades de aprendizagem, problemas de saúde com causas emocionais – as doenças psicossomáticas (problemas gastrointestinais, dores de cabeça, dores musculares, doenças da pele, entre outros) e as psicopatologias.

Flávia T. Leite Moris - Psicologia Clínica

O Tratamento

As técnicas desta abordagem têm um caráter educativo, que visam preparar o cliente para ser seu próprio terapeuta. O cliente é orientado quanto ao seu quadro e ao que está ocorrendo. Em seguida, é orientado quanto a relação entre seus pensamentos, emoções e comportamentos e as conseqüências que vivencia diante das situações cotidianas.
Após uma aliança terapêutica bem estabelecida, o cliente é encorajado a trabalhar ativamente junto ao processo. Algumas etapas são fundamentais para o sucesso do tratamento, dentre elas estabelecer os objetivos da terapia de acordo com as prioridades do cliente e se necessário, o acompanhamento de profissionais de outras especialidades.
Após alguns meses, terapeuta e cliente juntos concluem que as queixas iniciais foram sanadas e inicia-se o processo de encerramento e alta.


Flávia T. Leite Moris - Psicóloga Clínica